7.2.17

Hoje escrevo para dizer que já não te amo. Já não quero nem preciso de merda como tu. Hoje escrevo para te definir. Foste um grande pedaço de tormento na minha vida e já não te quero mais perto. Sai daqui e deixa-me deambular sozinha como sempre o fiz. Leva contigo todas as histórias mal feitas e contadas pelo pequeno demónio que tens ai dentro, e vai. Sai daqui. Os anos passam e sinto-me a escalar cada vez mais alto pela vida. Porque nunca o fiz, por ti nem por mim. Talvez esteja na hora de deixar para trás tudo aquilo que já trouxeste outrora, e que infelizmente, eu deixei entrar. Furaste tudo o que havia  para penetrar e levaste toda a minha sanidade contigo. Por isso vai te embora. Deixa o meu amor aqui e desaparece da puta da minha vida. Isso mesmo, ouviste bem. Não preciso de ti. Foi uma dose tão intensa, que só me apetece rir. Consegui partir o que sentia por ti, e desta vez sou quem não te quer mais. Sou quem não te espera nem te precisa. Este é o único sítio que me sinto completa. Deixei histórias para trás que nunca contei a ninguém, e agora estou pronta para devolver mais uma ao segredo dos deuses. Nunca mais te quero abrir, e se algum dia o fizeres, espero estar bem longe daqui. Até nunca, kyle.



10.1.17



Gostava de te encontrar só mais uma vez. Não sabia o poder da tua presenta até te perder em mim. Sabes uma coisa? Sempre corri atrás de tudo sem me lembrar que o mundo pode esperar. Tentei sempre chegar mais longe para ainda me restar tempo de aguentar, e acabou sempre por não ser suficiente. Não sei quanto tempo o tempo tem, mas sei que seja qual ele for tudo chega na sua hora. Aprendi que quanto mais penso em levantar menos o faço. Quanto mais penso em subir um bocadinho, sem dar por mim continuo no mesmo sítio. Se calhar o pensamento é superior à ideia de fazer, e isso é um medo comum. Que afasta os fracos e dá força aos fortes. E por muito que às vezes pareça que não, é possível controlar a mente. É possivel desligar alguns botões sem nunca mais olhar para eles. Não gosto de dependência, mas sei que o tempo que temos com ela nos afasta da vida. Sei que rotina é sinónimo de depressão porque quando algo falha, não há maneira de o repor. Mas é possível destruir isso. É possivel contruir novas barreiras e ficar entre elas, longe do abismo. Gostava de te encontrar mais uma vez, mas hoje aprendi que gosto mais de mim, e isso é maior do que imaginas.

25.9.15


A minha ausência tornou-se um grande problema dentro de mim. Continuo a repelir todas as personagens da minha vida e tornei-me numa alma perdida. Ainda não me encontrei em nenhuma página e sinto-me afastada do mundo. Continuo sem controlar as minhas emoções e os meus impulsos continuam a mudar o rumo desta história. Quanto mais tento alcançar, mais barreiras se penetram nos poros do meu corpo. Não há nada que ninguém possa fazer e isso assusta-me. O coração já fraco de lutar ainda tenta respirar fundo mas já não me sinto. Sinto-me em metade. E estas memórias e vivências são a única certeza de que algum dia fui completa.



9.11.14

Existe em mim um pequeno receio de sentir aquilo que não sinto. Ou aquilo que fingo não sentir. Desta vida já nada mais espero, apenas sento-me e desespero pelo inesperado. Já me afundei no abismo mil e trezentas vezes e não gosto. É frio e escuro lá em baixo. Ou lá e cima. E por onde andei, encontrei alguém mais enterrado que eu, e então calei-me. Nunca teria pensado sobre isto até à altura. Deste lado consigo ver rostos sem sentidos e almas vazias. Receio sentir aquilo que não sinto. Aquilo que observo do outro lado da lua, e me consome a vista de tanta mágoa profunda existente em corpos fracos e estilhaçados. E cega. Por fim acabo por perceber que o que me mata não é aquilo que vejo, mas sim o medo de não ver. De não sentir, nem amar. É uma cegueira constante, que me abala e retira todos os movimentos espontâneos que o meu corpo ainda consegue transmitir fraca e estranhamente. Até que de todos os monstros calados e sérios que voam sobre mim, surgiu um pacemaker para o meu coração. O medo de não ver sumiu com o vento, e este por sua vez trouxe rajadas calorosas para o meu pequeno corpo. Aquele pedaço de história que fiz questão de fechar, reabriu-se em mim como um fôlego e desejo constante, que me aviva a memória e reanima o meu pequeno músculo.   
Leva-me daqui e tira-me do abismo. Leva-me para bem longe do que alguma vez eu poderei encontrar, até porque não gosto de me perder sozinha.


14.10.14


Nunca gostei de funcionar com almas mortas, apesar de nos últimos tempos deambular por entre elas. Apesar de ainda não perceber o porquê deste gosto pelo abismo, penso que ainda não pisei a linha e me encontro mais segura e consciente. Encontrei o equilibrio mais desequilibrado que conheci. E por mais estranho que pareca, é a unica peça que encaixa bem no meu corpo. A última peça que faltava para me sentir em mim e descontroladamente tentada. Consome-me aos pedaços e deixa-me explodir sem tentações. Apetece-me devorar-te.

29.7.14

Sinto a percorrer em mim algo que já não sentia a algum tempo. Mistura-se o quente com o frio, e sai de mim algo que não consigo explicar. Não sei se é frustação ou desilusão, mas sei que existe um misto que me consome todos os pedaços do meu corpo. Algo aqui mexe comigo e tira-me da orbita mal feita que já existia na minha vida..mas desta vez arruina tudo o que resta de mim. E eu, fraca e sem sentidos, deixo-me levar pelo vento e pelo cansaço, mas desta vez sem dança.
Agora sou só eu, quase sem corpo também, e umas boas toneladas de droga que me ajudam a viver na ilusão e enfrentar os demónios que pisam o meu caminho.
O problema é meu e de mais ninguém, e com isto retiro-me durante algum tempo. Não que eu queira mas preciso. Preciso de me procurar.